Um dos princípios fundamentais do
trabalho em um “Centro Espírita” é propor aos participantes sua reforma intima
(para o amor e a caridade), chamando-o a uma reflexão sobre o seu estágio de vida
atual e a forma como a está conduzindo, esteja ele em uma dimensão do plano
etéreo (desencarnado) ou encarnado no plano terreno.
No Centro Espirita “Trabalhadores
da Ultima Hora” do qual participo como trabalhador, tenho me defrontado com
situações que por algum motivo sou chamado a oferecer uma opinião que norteie o
entendimento sobre determinados fatos que ocorrem em uma sessão de “Orientação
Espiritual”
Para deixar mais claro o
propósito deste texto, um dos meios de “Orientação Espiritual” tradicionalmente
é evidenciado pelas sessões de “Desobsessão”, particularmente não sou favorável
ao uso deste termo vocabular visto que no entendimento popular ele tem uma
conotação que não é bem vista e seu significado expressa a ação nefasta de um
espirito sobre outro espirito, desencarnados ou não, ensejando no tratamento da
vítima e do vitimado.
Os trabalhos de “Orientação
Espiritual” possuem um caráter puramente terapêutico, para o qual a diversidade de trabalhadores conhecidos como
“Médiuns” durante laboriosas horas disponibilizadas em contato com irmãos
desencarnados e encarnados, estabelecem uma comunicação respeitosa, severa,
disciplinada, fraterna e informativa, aspergindo fluídos magnéticos no ambiente,
não visíveis aos nossos olhos, porém perceptíveis a sensibilidade do médium e
dos trabalhadores no plano etéreo os quais servirão como um bálsamo nos
tratamentos necessários.
Para melhor entender o contexto
destas sessões de Orientação Espiritual, Ramatis descreve na obra “Elucidações
do Além”, psicografada por Hercílio Maes, que:
“As pessoas que se reúnem em torno de uma mesa espírita com o objetivo
de efetuar um trabalho mediúnico, espargem suas luzes conforme seja o seu
caráter espiritual, porquanto o volume de luminosidade corresponde exatamente
ao grau de sua natureza psíquica. A conexão de luzes que se faz entre as
irradiações das auras de todos os participantes também compõem uma “aura de
força” ou de segurança espiritual, baseada no grau e na capacidade espiritual
de concentração. Enquanto estabelece uma “corrente de força” impregnada de
elementos vitais e magnéticos dos presentes, que em seguida casam-se aos
fluídos dos espíritos desencarnados, produz-se a emanação terapêutica, que
beneficia, suaviza e mitiga o sofrimento dos próprios espíritos sofredores, ali
presentes. ”
Note-se, que nas sessões de
Orientação Espiritual o trabalho terapêutico por sua magnitude, visam amainar e
sublimar estados emocionais descompensados e romper com padrões de hipnose
mental dos pensamentos cristalizados em baixa frequência de vibração, Ramatis
descreve na obra “Chama Cristica”, psicografada por Norberto Peixoto, que:
”Um irmão sofredor que teve um desencarne abrupto, acidentalmente, é
desperto através de um médium que exsuda os fluidos ectoplasmáticos curadores
específicos para este fim. Isso decorre dessa aproximação e do envolvimento
áurico e fluídico. Sendo esse trabalho realizado em grupo, após o
despertamento, que é como se fosse um choque, esse irmão se acopla para
psicofonar através de outro médium, tornando-se possível exteriorizar seus
sentimentos, pois a cena do desencarne ficou cristalizada no seu campo mental
como se fosse um filme com sensações, que não cessam nunca, repetindo-se
ininterruptamente. Nessa comunicação, o irmão se sente como se possuísse um
corpo, não tendo ainda noção que desencarnou e que está utilizando uma
organização anatomofisiológica emprestada, através da caridade, para se
manifestar.
Externar os seus sentimentos, desopilada a situação mental de
desequilíbrio, tendo servido o médium como verdadeiro desafogador desses
fluídos pesados, podemos nos aproximar desse irmão, que poderá nos ver. Então,
mostramos-lhes os curativos, esclarecemos que seus órgãos não estão mais
decepados e nem tão pouco sangrando, e por isso, as dores foram aliviadas. Será
possível repousar, agora, em local apropriado.
Muitas vezes, um dos médium que o atendeu adquire uma espécie de
repercussão vibratória, o que é permitido para sua educação e amadurecimento.
São sensações e percepções que estavam cristalizadas no campo mental e
sensorial do irmão sofredor em verdadeiro estado de dementação, aumentadas,
sobremaneiras, pelo fato de não ter um corpo físico, imantam-se no espírito do
medianeiro, que serve como verdadeiro exaustor, aliviando o irmão em
tratamento. Só que essa imantação não repercute no físico imediatamente. O
médium fica com uma sensação de mal-estar, que vai aumentando de intensidade,
gradativamente, em decorrência de uma força centrípeta[i]
até repercutir no corpo físico e chegar-lhe à área consciencial. ”
O contexto da “Orientação
Espiritual” tem o propósito de desqualificar aspectos fantasiosos da
comunicação com os espíritos, visto que há 4.000 anos atrás no Oriente,
indianos e egípcios já adquiriam conhecimentos sobre chacras, duplo etérico,
corpo mental, corpo astral e seus efeitos ressonantes sobre o corpo físico
tanto na matéria terrena como na matéria etérea.
“O espiritualista ocidental não deve desprezar essa verdadeira fonte de
sabedoria Espiritual, Kardec apenas popularizou certa parte menos profunda
desses conhecimentos espirituais, despertando o cidadão terreno ainda negligente
para com a sua vida imortal – Ramatis”.
Fiquem com Deus - Prof. Sidney Santana.
[i]
Chama Cristica – Ramatis – Capítulo Correspondências Vibracionais – “...O plano
em que vos manifestais é o material, em correspondência com o corpo físico e
seus limitados sentidos, que sustentam a vida do espírito encarnado com os seus
semelhantes. O corpo etéreo ou duplo liga-se ao físico e ao perispírito ou
corpo astral, intermediando e transmitindo ao cérebro físico as manifestações
vibratórias e impulsos do espirito...Existe uma força centrífuga, que
dirige o princípio espiritual para o “centro” do corpo físico, imantando-o com
fortíssimo magnetismo, em correspondência com o campo gravitacional da Terra,
mantendo-o encarcerado e impedindo-o de retornar ao Todo cósmico, ao seio do
Pai. Nas leis de casualidade que regem o
Cosmo, há o princípio de dualidade universal; tudo que é material é não
material, tudo que parece ser não é, o impermanente e o permanente, o manifesto
e o imanisfesto, o Criador e o Incriado, o bem e o mal, o feio e o belo. Em
toda força centrípeta de atração a um ponto central, há uma força centrífuga
de repulsão em igual correspondência, que se afasta ou se desvia desse centro. As
forças centrípeta e centrífuga aumentam ou diminuem conforme os pensamentos e
os sentimentos. O destino dos insensatos sintonizados com a força centrífuga de
imantação do orbe, é pensar que breve e cheia de tédio é a vida; que ninguém
regressa do além...entregam-se à fugaz ilusão das “doces” sensações da
carne...se empanturram de comes e bebes, campeiam na luxúria e no sexo
desvairado...tudo querem ganhar: riqueza, elogios e projeção...Ostentação,
arrogância, convencimento, ira, vaidade, hipocrisia. Enredados nessa ilusão,
impuros são os seus corações, insaciáveis os seus corpos e obscurecidas as suas
mentes. São as desgraças do vosso orbe, que impedem a paz e progresso e
promovem a queda e a ruína. No outro extremo, temos a força centrípeta
do eu divino, melhor amiga do homem, em constante combate com o ego humano...Os
valores, os pensamentos e os sentimentos do Evangelho do Cristo são o mapa
seguro da libertação: amando o próximo e perdoando. Nos homens que já
sublimaram o ego e os sentimentos inferiores, há solidariedade para com os
semelhantes, seus iguais...sem apego ao mundo ilusório da matéria,
desinteressadamente, sem ódios, paixões ou vaidades. Vivem em ambiente de
harmonia, de pureza, comendo e bebendo moderadamente...A razão dobra as
paixões, a língua maledicente e a mente rebelde...encontram a paz dentro de si
e prosseguem confiantes no jornadear, como luzes a brilhar, chamas crísticas no
meio da escuridão.”